Módulo contou com a participação de duas médicas especialistas no assunto
A Segurança do Paciente é uma das premissas hospitalistas e um dos temas mais discutidos, na atualidade. E devido a sua relevância, não poderia ficar de fora do curso de formação de supervisores em Medicina Hospitalar, que faz parte do projeto realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH) em parceria com o governo do estado do Espírito Santo.
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O quarto módulo intitulado “Governança, Qualidade e Segurança do Paciente” foi direcionado aos médicos, enfermeiros e equipes diretivas dos hospitais estaduais Dório Silva (Serra), Sílvio Ávidos (Colatina), de Vila Velha e do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (Vitória).
À frente das atividades estiveram a médica Anna Butter, supervisora de Qualidade no Hospital Barra D’Or (RJ), e a enfermeira Cassiana Prates, coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Gerenciamento de Riscos do Hospital Ernesto Dornelles (RS).

Temas e atividades
As profissionais abordaram questões relacionadas à gestão nos hospitais, transição de cuidado e o tempo de permanência dos pacientes, comanejo clínico-cirúrgico e protocolos clínicos (Tromboembolismo Venoso, de Sepse, AVC, Infarto, Insuficiência Cardíaca).
Também trouxeram à pauta os protocolos de segurança do paciente, cuja implementação é obrigatória nos serviços de saúde. São eles: de Identificação do Paciente, de Comunicação Efetiva, de Cirurgia Segura, Segurança no Uso de Medicamentos, Prevenção de Quedas e Prevenção da Lesão por Pressão.
Os alunos ainda participaram de uma dinâmica proposta pela médica Anna Butter, na qual quatro grupos representavam os hospitais do projeto. De acordo com ela, o objetivo era descrever os problemas enfrentados nas instituições em que atuam, assim como apontar os objetivos para que sejam resolvidos.
“Isso permitiu que a aula fosse contextualizada de acordo com aquilo que mais preocupa o profissional, no seu dia a dia. A partir dos problemas que foram citados, vamos construir as soluções”, afirma Anna.
Aplicação na prática
Para Flavio Alves Thomaz, um dos participantes do curso e que atua no Hospital Estadual de Vila Velha (HESVV), a oportunidade de trazer as vivências da sua rotina como enfermeiro hospitalista foi fundamental. Isso devido à aquisição de conhecimentos sobre os caminhos para a melhoria dos processos de trabalho e sobre como implementar uma cultura de segurança, dentro das instituições em que estão inseridos.
“Acredito que posso aplicar na minha rotina, pois o enfermeiro é o profissional mais envolvido na gestão de riscos dentro das instituições. O nosso cuidado é continuo ao lado do paciente, assim como a prevenção é o nosso principal papel. Por isso, já estamos aplicando o aprendizado, sensibilizando as equipes para uma cultura de segurança, implementando boas práticas assistências, com protocolos bem definidos”, conta.

Interesse e participação
De acordo com a médica Anna Butter, o interesse e a participação do grupo superou as expectativas. “A visão sistêmica de todos que lá estavam me surpreendeu. Para o hospitalista é fundamental”, reforça Anna.
E ela acrescenta: “Essa visão geral que a Medicina Hospitalar possui, que é voltada tanto para a assistência quanto para a gestão, pode contribuir muito para os avanços da Segurança do Paciente”.
A enfermeira Cassiana Prates também destacou a motivação dos participantes. “Podemos perceber o brilho nos olhos de todos, durante três dias em que podemos compartilhar e trocar muitas experiência, pois todos tem a mesma ideia de otimizar a nossa assistência”, ressalta.
Para a especialista, essa busca pela qualificação do atendimento faz com que o projeto da SOBRAMH em parceria com o governo do ES seja valorizado. “Esse é um projeto visionário, que vem para mudar e qualificar a assistência para os usuários da saúde púbica estadual”, diz.
Segurança do Paciente no Brasil e no mundo
Apesar de ser um tema imprescindível, a Segurança do Paciente é uma discussão recente na saúde, considerada uma ciência ainda em construção. Isso porque foi a partir do relatório “Errar é Humano”, publicado pelo Institute of Medicine em 2000, que o tema recebeu destaque no mundo todo. O trabalho estimou um número significativo de mortes por falhas assistências e a necessidade de uma mudança no sistema de saúde norte-americano.
No Brasil, foi apenas no ano de 2013 que o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente. O documento recomenda, de lá pra cá, que todos os hospitais do país tenham um Núcleo de SP para a implementação dos Protocolos, com um sistema de gerenciamento dos seus eventos adversos.
Mas, de acordo com a enfermeira Cassiana, não é tarefa fácil fazer com que esses preceitos se tornem realidade na rotina das instituições. Muitas barreiras ainda estão no caminho, desde culturais até organizacionais, as quais impedem que o erro seja visto como uma oportunidade de melhoria.
“O erro ainda é visto como algo ruim e precisamos inverter a lógica punitiva. Ele nada mais é do que uma oportunidade de aprendizado. Dessa forma, investigar a ocorrência de um evento deve ser visto como uma oportunidade de identificar as falhas e corrigir”, diz Cassiana.
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Valeu ai pelas informacoes. Muito bom!
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