Diretor da entidade fala sobre os desafios e conquistas do modelo, no Brasil
A Medicina Hospitalar já está na pauta dos gestores de diferentes instituições, tanto públicas como privadas. A afirmação é do hospitalista gaúcho Fabrício Pimentel Fonseca, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH). Ele destaca o aumento da representatividade do modelo no cenário nacional da saúde, devido ao crescimento da MH em diversos estados. “Apesar dos EUA estarem falando sobre o tema há mais de 20 anos e nós, no Brasil, há pouco mais de dez é visível a evolução. Hoje, o modelo já não é mais novidade para muitos gestores, passando a ser procurado”, destaca Fabrício, que também é especialista em gestão da saúde.
Para o médico, as organizações precisam se ajustar a um modelo sustentável para garantir a sobrevivência no setor e a MH cumpre esse papel. Ou seja, proporcionar maior valor ao paciente e com o menor custo possível, com foco no cuidado e o combate ao desperdício. “E isso passa por uma medicina muito bem feita, com alta qualidade, presença médica e multidisciplinar atuante, com as más práticas combatidas e as boas disseminadas”, afirma. E ele reforça: “Quanto mais o paciente entender isso, maior será a pressão sobre as instituições de saúde”.
Referência
Segundo Fabrício, esse novo momento também reflete na atuação da SOBRAMH, que projeta para 2020 um importante passo para a consolidação da MH como modelo médico assistencial mais viável para o sistema de saúde brasileiro. Apesar de ser um desafio constante, a Sociedade comemora o interesse das pessoas em fazer parte do quadro de sócios, bem como a expansão das atividades ao contar com diretores de vários estados. “Passamos a atuar em rede e isso nos fortalece”, diz.
E nessa caminhada da MH pela melhora da qualidade assistencial, agregando valor ao cuidado e reduzindo desperdícios, o hospitalista vê a SOBRAMH como a principal referência para a correta conceituação da prática. Segundo Fabrício, o termo MH ainda é usado de forma errônea para definir serviços ou profissionais que não seguem os preceitos clássicos do modelo. “A sociedade será fundamental para definir quais os quesitos que definem o serviço e a atuação médica. Ou seja, o que precisa para se chamar de Medicina Hospitalar e para ser chamado de hospitalista”, explica.
Capacitação
Nesse contexto, a capacitação dos profissionais não pode ficar de fora. Hoje, a MH não possui formação em residência e o médico que vai atuar na área possui outras especializações, como medicina interna, cardiologia, entre outras. “Com a expansão da Medicina Hospitalar e abertura de novas vagas, a capacitação é fundamental. Dessa forma, vejo a SOBRAMH como a mola propulsora dessa capacitação, não só de médicos, mas de toda a equipe multiprofissional”, reforça.