Médico residente afirma que o modelo é a base para uma mudança no setor
Desde a primeira vez que ouviu falar sobre Medicina Hospitalar, o jovem médico Ruan Ribeiro Ferrazza, 24 anos, viu no modelo um diferencial. Graduado pela UniAtenas desde 2018, o gaúcho de Santo Ângelo é residente em Medicina Preventiva e Social pela Escola Superior de Ciências em Saúde (ESCS), na capital do Distrito Federal. Ruan é sócio da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH) desde julho deste ano e contou um pouco sobra a sua visão da MH e como acredita que ela possa transformar a saúde. “O próprio Sistema Único de Saúde (SUS) tende a abraçar (o modelo) em não muito tempo e, certamente, serão práticas capazes de revolucionar a qualidade dos serviços”, afirma.
Para o residente, a atual crise na saúde, causada pelo novo coronavírus, é um fator que pode alavancar a expansão da Medicina Hospitalar. Uma vez que o modelo consegue otimizar a redução no tempo de internação e a segurança dos pacientes. De acordo do ele, “isso se torna ainda mais evidente durante a pandemia, o que pode acelerar o crescimento da especialidade no Brasil”.
👇 Leia a entrevista completa concedida à SOBRAMH!
SOBRAMH – Como foi o teu primeiro contato com a Medicina Hospitalar?
Ruan Ferrazza – Foi por meio de buscas por áreas médicas que tivessem interface com a gestão. “Sempre foi meu grande interesse associar a prática clínica com a administração de serviços em saúde”, conta.
SOBRAMH – O que mais chamou a atenção no modelo?
RF – Inicialmente, o que me chamou atenção no modelo da Medicina Hospitalar foi a associação da clínica com a gestão. Posteriormente, com o maior número de leituras sobre o assunto, vi que se trata da especialidade com maior crescimento nos Estados Unidos nos últimos 20 anos. Isso, certamente, está interligado com a redução de custos aos hospitais, redução de custo às fontes pagadoras e maior segurança na jornada do paciente internado, seja ele clínico ou cirúrgico.
SOBRAMH – Onde busca informação sobre a MH?
RF – Geralmente busco informações em sites de sociedades, revistas e blogs. Cito alguns deles a seguir: Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH), Society of Hospital Medicine, Journal of Hospital Medicine, Saúde Business e outros semelhantes.
O hospitalista é uma pedra angular na mudança do setor saúde
SOBRAMH – Como acredita que a Medicina Hospitalar possa fazer a diferença na assistência nesse momento atual, em tempos de crise mundial na saúde?
RF – Seja em hospitais de campanha ou tradicionais, o médico hospitalista, em minha visão, tem como uma de suas principais funções a questão do giro de leito. Quando não existe um profissional que acompanhe o paciente do início ao fim de sua jornada, principalmente se tratando de COVID-19, os médicos plantonistas ficam mais propensos a cometer um desses erros: a alta precoce ou a alta tardia. Ambos são ruins para o paciente e para o sistema. Acredito que esses sejam os maiores diferenciais da Medicina Hospitalar: a redução do tempo de internação e o aumento da segurança na jornada do paciente. Isso se torna ainda mais evidente durante a pandemia, o que pode acelerar o crescimento da especialidade no Brasil.
SOBRAMH – Acredita que a MH possa estar mais presente nas instituições, em um futuro próximo?
RF – Com certeza. Acredito na expansão da Medicina Hospitalar no Brasil de maneira exponencial, como aconteceu nos Estados Unidos. O médico hospitalista é uma pedra angular na mudança do setor saúde, trazendo para perto do paciente a percepção de valor e segurança em sua internação. Inclusive é algo que o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) tende a abraçar em não muito tempo (já existem várias iniciativas neste sentido). E, certamente serão práticas capazes de revolucionar a qualidade dos serviços.